22 DE NOVEMBRO COMEMORAÇÃO DO 65º
ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO LÍBANO
Líbano, sua história começa com o surgimento do ser humano e, o seu nome é da idade do tempo.
O que é digno de ser ressaltado, não está nas dimensões geográficas nem nos milênios da sua história, mas sim o que representou em benefícios para o mundo. Não era este povo na aurora do tempo, se não, flamas de luzes no caminho da humanidade.
Exímios navegadores, sulcavam os mares, e a bordo de suas naves, não levavam grilhões e algemas em busca de escravos, mas sim: a mercadoria, a cultura, a pena e o papiro; comercializando e integrando os povos, levando os princípios civilizatórios a regiões inóspitas.
Não uniram apenas as terras e os mares, mais do que isso, universalizaram a comunicação escrita, inventaram o alfabeto e com esta forma gutural de escrever, colocaram a humanidade numa nova era, a era da luz e nas asas das letras, o homem alçou em busca do saber, afirmando sua cidadania, e o alfabeto de bíblos, considerado hoje, o invento dos inventos, com 22 letras libertaram o mundo de milhares de desenhos.
Beirute, cognominada pelos romanos de "Julia Augusta Feliz" e proclamada "Mãe das leis", sua escola de direito, deu luz às letras jurídicas, em Beirute buscaram as bases do "CORPUS JURIS CIVILES" de Justiniano, considerado o código dos códigos.
O professor jurisconsulto PAPINIANO, não conformado com o mundo, onde a maioria eram escravos, lançou os seus princípios "A IGUALDADE DEVE SER PARA TODOS E, É A LIBERDADE PARA CADA UM", foi preciso esperar 1.500 anos a fim de que, a humanidade voltasse a ouvir a palavra "igualdade".
Outro libanês, o vulto do direito romano ULPIANO, indignado com as crueldades que eram espetáculos nas arenas de Roma, lançou o seu grito que haveria de ser o grito da consciência de toda a humanidade, reivindicando o estabelecimento dos "direitos humanos", ao proclamar por toda parte Todo ser humano nasce livre, a liberdade é um direito natural, indistintamente de todos. E foi preciso esperar até o ano de 1.948, quando da tribuna da Nações Unidas, foi proclamada a carta magna "DOS DIREITOS HUMANOS", tendo como principais artífices da sua elaboração, redator e relator, dois gênios da cultura: Dr. Charles Melik do Líbano e Austregésilo de Ataíde do Brasil.
O grande escritor brasileiro de origem libanesa "TANUS BESTANI" na sua obra os libaneses no Brasil, encerrou sua obra com seguinte texto: "PUDESSEM AS ÁGUAS DO MAR FALAR, PUDESSE A TERRA EXPRESSAR OS SEUS SENTIMENTOS, SERIAS Ó! LÍBANO, ELEVADO AO ALTAR DA VENERAÇÃO DA HUMANIDADE, PORQUE É IMENSA A TUA HISTÓRIA, É A HISTÓRIA DO PRÓPRIO MUNDO, É A HISTÓRIA DO PRÓPRIO GÊNERO HUMANO".
Este povo pacífico, trabalhador, culto, amante da paz. Em toda sua longa história, jamais invadiu uma nação ou profanou soberania de um povo, sempre que pegou em armas foi para se defender, o seu território tem servido de palco para guerras e acerto de contas dos outros, e sempre suportou todas as agressões sem ódio.
Certa feita, Eleanor Roosevelt, perguntou ao escritor libanês Amin Rihani, diga-me Amim, que tipo de incenso vocês queimam nos templos do Líbano? Este país que ao longo de toda história, produziu esta gente voltada para o trabalho e os princípios humanísticos.
Na segunda, metade do século XIX, começa a imigração dos libaneses pelo mundo, motivada pela opressão otomana, perseguições, escravidão moral, e amor a liberdade.
Levavam como capital, a fé, a vontade de vencer, a capacidade de conviver e se integrar, e um extraordinário zelo pelos princípios éticos.
Eram encontrados em todas as partes do mundo. A opção pelo Brasil foi grande, um dos motivos se deve a ida do Imperador Dom Pedro II ao Líbano, o estímulo e a acolhida que sua majestade deu aos que pra cá vieram, muito contribuíram para isso.
Fizeram desta pátria sua pátria, trabalharam, venceram, colaboraram decisivamente no desenvolvimento da nação.
Investiram nos filhos, e entregaram ao Brasil verdadeiros valores humanos, que estão contribuíndo em todos os setores de atividades.
E hoje, vamos encontrar estas mudas de cedros, transplantadas na fértil terra brasileira, atuando na arte, na política, na medicina, no judiário, na agricultura, comérico, indústria, imprensa, magistério e todos os campos, honrando a memória de seus ancestrais. Assim sendo, o Brasil, representa a maior pátria dos libaneses fora do Líbano, pois, não há um Libanês no mundo que não tenha um parente no Brasil.
É difícil encontrar uma família brasileira, de qualquer origem, que naõ tenha um laço familiar com a família libanesa, motivado pelos matrimônios.
Um povo que sua história é uma Epopéia e Gibran Kalil é a síntese da alma deste povo.
Que Deus salve o Líbano e abençoe sua independência. E o Brasil, esta nação de nações, que seu estandarte do cruzeiro do sul, continue tremulando eternamente em paz e pela paz.
Antonio Karini
Pelotas
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